A polêmica em torno dos cigarros eletrônicos, que surgiram no início dos anos 2000, como alternativa saudável ao cigarro tradicional e hoje têm uso proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi tratada no ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (24), na TV Assembleia. A conversa foi com o professor Alcimar Nunes Pinheiro, que é titular da cadeira de pneumologia na UFMA e presidente da Fundação Josué Montello.
“Criaram esse artifício do cigarro eletrônico, com todos esses atrativos que ele traz, sabor, aroma, mas que tem tabaco”, afirmou o docente, ressaltando que o produto foi criado visando atrair o jovem ao oferecer algo mais bonito e supostamente saudável.
E o professor complementou: “Devido ao pouco tempo de uso do cigarro eletrônico, não se tem, ainda, um tempo para avaliar o que que causa a longo prazo, mas dá para induzir porque, se tem tabaco, vai fazer o mesmo malefício que o cigarro tradicional”.
Alcimar Nunes Pinheiro lembrou, inclusive, que o produto surgiu como alternativa também para quem queria largar o hábito de fumar, o que acabou não se confirmando.
“É um engodo porque alguns deles têm nicotina, que é a substância que vicia, e têm tabaco. Então, tem tudo que o cigarro tradicional tem. E, diga-se de passagem, numa concentração de nicotina até maior do que nos cigarros tradicionais, daí o estabelecimento do vício ser muito mais rápido”, ressaltou.
O professor também falou sobre a queda na taxa de tabagismo, de 40% para 19% nos últimos 15 anos, e sobre os riscos para o fumante passivo. “O tabagismo passivo é uma realidade, principalmente porque hoje, por exemplo, a gente vive em ambientes climatizados, fechados e, portanto, se alguém fumar um cigarro eletrônico ou tradicional as pessoas que estão confinadas ali vão ficar expostas a inalar aquela mesma fumaça”, afirmou.
FONTE: ALEMA