Ahamed Mulayali Hamadi, embaixador da Frente Polisário, ressaltou que mais de 80 países já reconheceram o Saara Ocidental, que é membro fundador da União Africana
O embaixador da Frente Polisário, Ahamed Mulayali Hamadi, falou, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta terça-feira (3), sobre a luta do povo do Saara Ocidental por reconhecimento internacional e, também, a busca por ajuda humanitária.
Na conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo, Ali Hamadi explicou que a Frente Polisário defende a aplicação da Carta das Nações Unidas no Saara Ocidental, o único país árabe hispânico, e que há décadas vive na parte ocupada pelo Marrocos de Saara Ocidental – também conhecida como República Árabe Saaraui Democrática -, no extremo noroeste do continente africano.
De acordo com o embaixador, mais de 80 países já reconheceram o Saara Ocidental, que é membro fundador da União Africana.
“Conclamamos a comunidade internacional a prestar atenção para a situação dos direitos humanos na área ocupada por Marrocos. O povo saaraui vive dividido. Há um muro de 2.270km que corta o Estado saaraui pelo meio. Lutamos para liberar a parte que está ocupada”, observou.
Desde 2020, segundo o embaixador, o país trava uma guerra com o Marrocos por sua autodeterminação e disse que, no entanto, a ocupação é bem mais antiga: em outubro de 1975, a antiga colônia espanhola foi invadida pelo Marrocos, de olho na riqueza pesqueira, no fosfato, nos indícios de petróleo e ouro, e na água.
“Nós nos sentimos um pouco abandonados pela comunidade internacional, que apenas se interessa quando há sangue e mortes. Desde 1991, quando se formou um plano de paz, até 2020, ninguém se moveu a obrigar o Marrocos a cumprir com o prometido e estamos em busca de ajuda humanitária por conta da situação crítica lá. Por isso, regressamos às armas”, afirmou.
FONTE: ALEMA