O programa ‘Toda Mulher’, da TV Assembleia, nesta quarta-feira (4), destacou entrevista com a coordenadora do Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (Ciapvi) da Defensoria Pública Estadual, Isabel Lopizic. Entre os temas, o envelhecimento da população, a violência contra o idoso, políticas públicas no setor e os desafios enfrentados pelo segmento 60+.
“Eu sempre faço a seguinte análise: nós não nos preparamos para envelhecer, a família não se preparou. A sociedade como um todo, historicamente, sempre viu o velho como algo que não presta, que deixa no segundo plano, um depositário de doenças. Isso tem trazido graves consequências”, argumentou Isabel Lopizic, que é assistente social, gerontóloga e conselheira do Conselho Nacional do Idoso.
Ela destacou que o envelhecimento deve ser visto como um processo natural. O percentual da população com mais de 60 anos no Brasil, de acordo com dados do IBGE, passou de 11,3 para 14,7% na última década, o que equivale a 9 milhões de pessoas.
Nesse contexto, Isabel Lopizic destacou a necessidade de políticas públicas voltadas ao segmento. “Na Defensoria Pública, só este mês, atendi três pessoas com mais de 100 anos. A gente precisa ter essa longevidade, mas com qualidade, com respeito”, observou.
A coordenadora do Ciapvi também falou sobre a violência contra o idoso, que cresceu 97% no primeiro trimestre deste ano no país, de acordo com dados do Painel da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. No Maranhão, no segundo semestre deste ano, foram registradas mais de 13 mil violações contra pessoas idosas, tendo a mulher como a maioria das vítimas.
“É um fato triste, lamentável”, ressaltou, ao citar a violação a leis, como no transporte público e em instituições financeiras, e a violência registrada dentro de casa, onde há uma expectativa de cuidado e, por isso, é a que mais machuca.
Também tratou sobre o emocional da pessoa que está envelhecendo e sobre o abandono. “Há uma mudança significativa no emocional de quem envelhece, principalmente porque dá medo envelhecer em um país que não respeita as mulheres, os negros, as minorias e, principalmente, os velhos. É difícil. A solidão, quando você está rodeado de pessoas da família, é muito mais dolorida”, afirmou.
FONTE: ALEMA