A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou a administração do palivizumabe — um imunobiológico de alto custo utilizado na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças cardiopatas assistidas no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís (MA). O atendimento aconteceu neta segunda-feira (19).
A ação contemplou crianças internadas na unidade de cardiologia do hospital, vindas de cinco municípios maranhenses de Anapurus, Tutum, Bacabal, Bom Lugar e Santa Inês. O palivizumabe é um anticorpo monoclonal disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O uso da medicação é indicado especialmente para crianças de risco, como prematuros extremos, cardiopatas e bebês com doença pulmonar crônica da prematuridade. A proteção acontece com um esquema de cinco doses mensais, administradas por via intramuscular durante o período sazonal — no Maranhão, esse intervalo vai de fevereiro a julho, quando há maior circulação do VSR.
A cardiopediatra do Hospital Dr. Carlos Macieira, Thainá Rosa, explica que o vírus pode desencadear quadros gripais severos e duradouros, especialmente em crianças vulneráveis. “Durante a sazonalidade, os casos aumentam muito. As crianças ficam muito cansadas, evoluem com dificuldade respiratória e a taxa de internação cresce. Essa medicação evita que essas crianças entrem em quadros graves. Isso reduz internações e complicações”, destacou Tahiná.
As crianças beneficiadas com a medicação são pacientes do Ambulatório de Cardiologia Pediátrica do Hospital Dr. Carlos Macieira. A Iraci Muniz, mãe da Luiza, relata a importância do acesso ao medicamento. “É fundamental manter a saúde dela. Essa medicação ajuda muito, inclusive financeiramente, por ser muito caro”, disse.
Para Sabrina Lima, mãe de Caio Benício, os resultados do tratamento são visíveis. “Meu filho já teve várias bronquiolites e passou por cirurgia. Esse remédio evita que ele tenha novas crises. Me sinto muito aliviada por ter esse acesso”, avaliou.
CritériosPelos critérios do Ministério da Saúde, têm direito ao imunobiológico crianças com menos de 1 ano e nascidas com até 28 semanas e 6 dias de idade gestacional, menores de 2 anos com doença pulmonar crônica da prematuridade e menores de 2 anos com cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica. O Maranhão ampliou o acesso para incluir crianças com idade gestacional entre 29 semanas e 32 semanas e 6 dias, entendendo que este grupo também está sob alto risco de desenvolver quadros graves de infecção respiratória.
A chefe do Departamento de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SES, Dennyse Macedo, destaca que o Estado assegura o fornecimento da medicação. “Nós temos essa rede organizada para a administração do anticorpo. Ele é um anticorpo especialmente elaborado para evitar síndromes respiratórias em crianças que são elegíveis, principalmente crianças cardiopatas. É importantíssimo que esse imunizante seja disponibilizado na nossa rede estadual e principalmente nesses públicos que são mais vulneráveis”, destacou.
No Maranhão, 15 unidades de saúde funcionam como polos para administração do palivizumabe. A definição desses locais considera o perfil de atendimento especializado, especialmente voltado ao cuidado de crianças cardiopatas e prematuras. Na capital, além do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), são polos o Hospital Universitário da UFMA (HUUFMA), o Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos e a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA). Na Região Metropolitana, integra a rede a Maternidade de Paço do Lumiar.
Nas demais regiões do estado, completam a lista o Hospital Regional de Barreirinhas, o Hospital Regional Adélia Matos Fonseca, em Itapecuru-Mirim, o Hospital Municipal Carmosina Coutinho, em Caxias, o Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco, em Timon, o Hospital Regional de Santa Luzia do Paruá, o Hospital Regional de Balsas, a Maternidade de Alto Risco de Imperatriz, a Maternidade Estadual Humberto Coutinho, em Colinas, o Hospital Macrorregional de Coroatá e o Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto, em Imperatriz.
Para que a criança receba o medicamento, o médico deve identificar se ela se enquadra nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Após isso, a documentação é enviada ao polo de referência e, em seguida, encaminhada à Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SES, que analisa os dados e solicita as doses à Central de Abastecimento Farmacêutico.
FONTE – Governo do Maranhão